É muito comum em qualquer tipo de relacionamento estarmos preparados para eventuais “batalhas”. O medo de nos magoarmos, somado ao receio de não sermos suficientes resulta em uma enxurrada de sentimentos confusos, ações descontroladas e a eterna busca por culpados. Mas, será mesmo que o outro é sempre o grande vilão da nossa história? É aí que entra a tal da autorresponsabilidade.
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Crenças limitantes
Desde que o mundo é mundo, aprendemos com nossos pais e figuras exemplares como nos relacionamos em sociedade. “Cuidado com os amigos, não conte tudo sobre você”, poderia ser um conselho. “Homem / Mulher não vale nada, é tudo igual”, já dizia, talvez, outro. E dentro desta esfera fomos crescendo e acreditando em crenças que não são nossas propriamente, mas que foram direcionadas a nós como se quiséssemos viver essa realidade por livre e espontânea vontade. E nessa bola de neve chamada vida, é claro que, ao vibrarmos na energia do medo, do receio de nos entregarmos, apaixonarmos e acreditarmos que é possível ser feliz – seja sozinhos ou juntos de alguém – não existe outra fórmula: atraímos pessoas que nos mantém neste jogo mental e emocional de crenças que nos limitam.
Realidade x Expectativa
E, é claro, quando algo não dá certo ou acontece de forma diferente das nossas expectativas, o que é natural de fazermos: colocar a culpa no outro. Apontarmos o dedo parece ser a questão mais fácil de se fazer quando precisamos nos defender. Mas, não é só por aí. Existe, nesse meio tempo, uma infinidade de outras situações e questões que não consideramos, pois estamos com pressa em subirmos no palanque da razão e ali fazer nossa morada.
É claro que existem os erros imensuráveis de pessoas que não se atentam com suas próprias atitudes e que chegam a níveis imperdoáveis na união. Mas, quando pensamos em um relacionamento saudável, não-tóxico, podemos buscar, muitas vezes, a culpa e culpados por algo que não esteja saindo como a gente quer, nos esquecendo que temos também nossa parcela de autorresponsabilidade no andamento deste jogo.
Presença de ser
Quando reconhecemos nossa presença, fica mais fácil controlar o que de fato queremos. Muitas relações terminam porque as pessoas envolvidas buscam controle e autoridade, um sobre o outro – e acabam deixando de lado o verdadeiro significado de companheirismo. Em qualquer situação, se tentarmos nos manter no controle de tudo e todos, perdemos a chance de vivermos de forma mais leve. A autorresponsabilidade está em reconhecer nossos erros, medos e inseguranças, pois, ao fazermos a nossa parte e o que nos cabe para dar certo, entendemos que o controle só pode existir diante do que fazemos – e que o outro também deve ter o mesmo ideal, de forma recíproca e adulta, pois além de tudo, é necessário existir a disponibilidade de querer fazer dar certo. Relacionamentos são baseados em escolhas – e quando percebemos o poder que isso possui, fica mais fácil entender qual é o nosso papel diante de toda essa jornada. Afinal de contas, a crença limitante que um dia nos foi colocada, pode dar espaço para uma realidade mais bonita de ser vivenciada – e ela só pode existir dessa maneira se, antes de buscarmos lá fora, a gente encontrar aqui dentro.
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