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Autoconhecimento

Orgulho: ele pode ser a raiz da sua dor e você nem percebe

Quando bem utilizado, o orgulho conduz à humildade. Quando mal utilizado, faz com que se ache especial - Shutterstock

Querer ser especial e sentir-se melhor e desprezar os outros são faces bem conhecidas do orgulho. Mas, sabia que sentir-se inferior e a própria timidez também são características da pessoa orgulhosa? O orgulho é considerado o mais severo dos pecados capitais, pois  tem o poder de “cegar” a pessoa. Isso porque faz com que ela viva em uma ilusão, em realidade que existe apenas em sua cabeça.

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Quando o orgulho está sendo mal-utilizado, predominam as sensações de vergonha e medo de julgamento, com pensamentos do tipo: “o que os outros irão pensar de mim?”. Quando se faz bom uso, a pessoa reconhece seu valor e assume ser quem é.

Pecado X Instinto

Mas, antes de aprofundarmos o tema do orgulho em si, gostaria de apresentar uma reflexão sobre a ideia de pecado. Essa denominação traduz uma visão de algo desprezível, que necessita de controle e passível de condenação.

Mas, o orgulho (que se identifica com a vaidade ou soberba), a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça são naturais a todos os seres humanos e podem até ser muito úteis se bem utilizados.

Dessa forma, cabe a nós administrarmos essas tendências da maneira mais adequada, em alinhamento a nossa essência e nosso projeto de vida.

Esclarecido isso, ao invés do termo “pecado”, por se tratar de uma tendência natural, vamos trabalhar com o termo “instinto” para identificar essa condição humana, ok?

Orgulho mal-utilizado

Quando em desequilíbrio, o orgulho pode se manifestar distorcendo a realidade de duas formas: com a pessoa se enxergando melhor ou pior que as outras.

Ao se achar melhor, ela entende-se como especial, e quer que todos se coloquem em uma posição a atender seus desejos, enxergando-se como mais importante, mais merecedora, mais inteligente, mais legal…

Quando se entende como pior que os outros, se sente inferior, se vê como fraca, incapaz, que não faz e nem produz nada relevante. Também é uma maneira de querer ser especial, mas como a coitada e que precisa ser ajudada.

Ambos os casos não são reais, mas a pessoa não consegue perceber essa distorção e acaba em uma postura passiva perante a vida, sem se manifestar no mundo, aguardando os outros entenderem o quanto ela é maravilhosa e passarem louvá-la ou o quanto ela é uma vítima e se empenharem em socorrê-la.

Como o ser humano está na Terra para aprender e se manifestar, certamente essa falta de manifestação de quem se é causa muita dor.

Orgulho bem-utilizado

A maneira positiva de usar o orgulho é viver a sua essência, ser o que se é de verdade, sem a ilusão, reconhecendo o seu valor e o manifestando no mundo, fazendo as coisas acontecerem e se bancando.

Trata-se de se assumir e se apoiar, valorizando a si mesmo, percebendo os pontos em que é bom e também aqueles nos quais não é tão bom, mas consciente de seu potencial para aprender e manifestar, caso deseje.

O orgulho bem-utilizado leva a pessoa à humildade. Isso porque ser humilde não é sinônimo de ser carente de recursos materiais ou se diminuir intencionalmente, se abaixar para os outros “pisarem”. Ser humilde significa ter consciência de suas próprias características e agir de acordo com isso.

Portanto, reconhecer, valorizar e viver a sua verdadeira essência é um ato de humildade. E ser humilde é ter orgulho de ser quem você é.

Orgulho e timidez

Uma outra face do orgulho é a timidez. Há pessoas que são quietinhas por natureza, este é o jeito delas e está tudo bem. Não são esses os casos que falamos. Quando relacionada ao orgulho mal-utilizado, a timidez se refere às pessoas que não fazem as coisas devido à preocupação com o que os outros irão dizer, com medo de um possível julgamento ou de críticas.

Essas pessoas deixam de se manifestar, de viver a sua essência, imaginando que deveriam ser diferentes, que existe algo melhor do que elas e que se elas forem o que são de verdade  serão alvo de comentários de desprezo.

Por exemplo, aquele baile de formatura em que muitos estão se divertindo na pista de dança e a pessoa fica sentada na cadeira, mesmo com muita vontade de dançar, devido ao receio de isso dar margem para os outros repararem. Essa pessoa pode passar como tímida, mas, na realidade, ela está se bloqueando e não se manifestando verdadeiramente no mundo.

Novamente, ao não cumprir com sua missão de se manifestar, é certo que a consequência desse corte de expressão será muita dor.

Porém, tem solução

Oscilar entre o orgulho bem e mal-utilizado é o natural do ser humano. Com o acompanhamento de um terapeuta o caminho para olhar para si e aprender a utilizar o instinto do orgulho de maneira positiva fica mais tranquilo e prazeroso.

Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), humanoterapeuta, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico

 

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