Presente em todo ser humano, a inveja pode ser caracterizada como sendo certo amargor ou desgosto pelo bem-estar, prosperidade, realização ou felicidade de outra pessoa, incluindo também o desejo de possuir ou desfrutar das experiências e bens do outro. E sentir inveja pode se intensificar, ao ponto de a infelicidade do invejado causar satisfação ao invejoso e este desejar, até mesmo, destruir o que aquele tem ou faz. Sob esse prisma, a inveja é vista como algo horrível, realmente condenável e totalmente indesejado.
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É triste!
Entretanto, quando se analisa de maneira mais aprofundada, é possível perceber que aquele que sente inveja, nos termos apresentados, não consegue reconhecer os aspectos agradáveis de sua própria vida, priorizando focar sua atenção nos pontos positivos da vida do outro.
Isso é indicativo de uma dor muito grande, de uma falta interna e dificuldade de encontrar a felicidade em si mesmo. E essa dor pode levar a comportamentos destrutivos e, consequentemente, ao fim de amizades e relacionamentos valiosos.
Por exemplo, ao sentir inveja de alguém, um sujeito passa a falar mal do outro, criticando-o ou espalhando que ele só conseguiu aquilo porque é corrupto, imoral, se alia a práticas ilícitas…
Esse ato cria uma certa “proteção” na dor do invejoso, que deixa de olhar para si, enquanto se perde na ilusão que ele mesmo criou sobre o outro.
Instinto humano
Apesar de se ter popularizado a ideia da inveja como um “pecado capital”, ela não passa de algo natural ao ser humano, assim como a preguiça, a ira, o orgulho, a gula, a avareza e a luxúria.
Por isso, a denominação “instinto” é mais adequada, pois tratam-se de processos inerentes a todas as pessoas e querer acabar com eles apenas irá gerar dor e sofrimento.
Eles podem sim ser observados e calibrados para que sejam utilizados de maneira mais adequada, em alinhamento ao projeto de vida de cada pessoa.
Sentir inveja boa
Quando utilizada de maneira inteligente, sentir inveja é uma excelente aliada no processo de autoconhecimento. É justamente por meio dela que podemos fazer um comparativo entre o momento em que estamos e onde gostaríamos de estar – em qualquer área da vida, como material, de relacionamento afetivo-íntimo, intelectual, familiar…
Quando você perceber que sentiu inveja de algo ou alguém, foque sua atenção em identificar o que deste contexto você também queria ser, vivenciar ou ter. Assim, descobrirá coisas que são importantes para você.
Sabia que muitas pessoas nem tem noção sobre o que querem ou o que gostam? Elas só estão indo no fluxo, seguindo padrões ou expectativas preestabelecidos para elas. E não há dúvidas de que viver assim só pode acabar em um vazio no coração.
A inveja que você e todas as pessoas sentem é como uma luz piscando no painel, que indica que há algo para investigar. Neste caso, está mostrando que alguma coisa ali toca você e pode ser uma pista na trilha que leva a sua realização.
Que tal usar essa inveja para olhar para sua própria vida e identificar seus desejos? Transforme esse potencial em admiração, veja o outro como alguém em quem se inspirar, para aprender o caminho por onde essa pessoa andou e caminhar com seus próprios passos, do seu jeito, deixando a sua marca própria.
Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), terapeuta energético-espiritual, humanoterapeuta, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico
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