Considerado o afro-samba mais conhecido e regravado do planeta, “Canto de Ossanha” é uma canção de 1966 feita com a parceria entre Vinicius de Moraes e Baden Powell. Sua letra traz o Orixá do amor e conhecedora dos segredos das ervas, além de simbolizar o sincretismo brasileiro que unia África e Bahia.
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Canto de Ossanha
Ossanha é uma Orixá cultuada no candomblé. Dentro desta religião, não existe cerimônia sem a presença da entidade, pois ela detém a força mágica das plantas necessária em todo ritual. Ossanha conhece o poder e a função de cada folha, e as plantas que devem ser usadas no tratamento de cada doença. Desse modo, seu conhecimento é desejado pelos outros Orixás.
Não à toa, “Canto de Ossanha” é a faixa de abertura do disco “Os Afro-Sambas” de Vinícius e Baden. O terceiro álbum feito em parceria pela dupla foi concebido após os músicos conhecerem terreiros e rituais candomblecistas em Salvador.
Coitado do homem que cai
A história de Ossanha é marcada pelo momento em que um rei ia dar sua filha mais velha em casamento. Contudo, o evento só aconteceria caso o pretendente adivinhasse o nome das três filhas. Para isso, Ossanha imitou o cantar de um pássaro, e quando as princesas brincavam com o animal que ouviam, o Orixá aprendeu os seus nomes e assim conseguiu casar-se com a mais velha delas.
Desse modo, a canção tenta traduzir a esperteza da entidade, além da sua capacidade de enganar os outros. Por isso, o trecho “Coitado do homem que cai no canto de Ossanha, traidor/Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor” revela que o amor não pode ser conquistado através de magias. O “Canto de Ossanha”, assim como suas promessas, podem ser enganosas.
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