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Religião

Conheça a história do Senhor do Bonfim, Oxalá no Candomblé

A devoção ao Senhor do Bonfim foi introduzida no Brasil no século XVIII - Fernando Dias Fotografia/Shutterstock

Na última quarta-feira, 16, foi comemorada a tradicional Lavagem do Bonfim em Salvador, na Bahia, no qual milhares de pessoas saíram às ruas para mostrar sua devoção. Para os católicos, o Senhor do Bonfim é representado pela imagem de Jesus Cristos, já nas religiões de matrizes africanas, Umbanda e Candomblé, como Oxalá.

Theodósio Rodrigues de Faria, um capitão da marinha portuguesa, foi responsável por trazer imagens do Senhor do Bonfim durante o século XVIII. O feito foi resultado de uma promessa do capitão caso sobrevivesse em uma tempestade marítima. Dito e feito! Ao chegar com a réplica no país, em 18 de abril de 1745, Theodósio se esforçou para estabelecer uma devoção cultural ao santo.

A igreja do Senhor do Bonfim foi inaugurada em junho de 1754 e o santo ficou tão conhecido que, atualmente, é considerado o padroeiro não oficial da capital baiana. 

Sincretismo religioso entre Senhor do Bonfim e Oxalá

Sincretismo Religioso significa a mistura de diversas crenças e representa a miscigenação de princípios e doutrinas de mais de uma religião. É bastante usado quando se refere a religiões afro-brasileiras, principalmente a Umbanda. 

Na Bahia, o sincretismo religioso  do Senhor do Bonfim se faz pela figura de Oxalá, o primeiro Orixá a ser criado pelo deus supremo, Olodumaré.

Oxalá foi dada a missão de criar o universo, todos os seres e coisas que existiriam no mundo. Essa divindade veste-se de branco, a cor da criação, a base de todas as possibilidades. Por isso, Oxalá é símbolo da pureza e da paz. O pai de todas as coisas geradas na Terra é paciente e senhor da harmonia universal, por isso, defende causas sociais e contra todo tipo de violência e disputas.

Conheça a prática da Lavagem das Escadarias

 A Lavagem de Bonfim é uma das festas religiosas mais importantes da Bahia. Ela acontece todos os anos na segunda quinta-feira do mês de janeiro e começa com um lindo cortejo de baianas do Candomblé, no qual andam da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia até o Alto do Bonfim.

No começo, as autoridades católicas de Salvador proibíram a comemoração, mas a prática resistiu e, hoje em dia, reúne milhares de pessoas. 

De onde surgiram as fitinhas de Bonfim?

A fitinha de Bonfim começou a ser utilizada durante a festa do Bonfim, em 1809, e é considerada um amuleto para realizar desejos. A tradição diz que é preciso dar duas voltas da fita no pulso e três nós, cada um precedido por um pedido ao Senhor do Bonfim. No fim, os desejos só serão realizados quando a fitinha arrebentar naturalmente. 

Quando as fitas de Bonfim começaram a ser comercializadas, elas eram chamadas de "medidas", isso porque elas tinham 47 centímetros, mesmo tamanho do pulso direito da estátua do Senhor do Bonfim. E você sabe porque as fitinhas são coloridas? A resposta está no sincretismo religioso. Isso porque as cores destes amuletos correspondem às dos Orixás.

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