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Dia de Iansã: conheça a orixá dos ventos e que movimenta a vida

Iansã é uma das principais e mais adoradas divindades das religiões de matriz africana. Conheça mais sobre sua história.

Dia de Iansã: conheça a orixá dos ventos e que movimenta a vida
Iansã é uma das principais e mais adoradas divindades das religiões de matriz africana. Conheça mais sobre sua história. Foto: Shutterstock.

O culto afro no Brasil cresce mais a cada dia e é através do sincretismo da umbanda e da tradição do candomblé que isso é possível. Além dessas religiões, temos outros cultos populares, como o tradicional Iorubá, o culto de Ifá e até mesmo a quimbanda. Isso nos faz lembrar a importância da chegada da tradição afro no Brasil, aqui esse culto encontra o sincretismo religioso devido à intolerância e preconceito da época, mas a luta para propagar a voz do orixá no Brasil é muito forte, pois a cada dia surgem novas casas de asé, deixando para trás o medo e fortalecendo esse amado voto ancestral, vivida de forma tão respeitada e dolorosa pelos antigos escravos.

Iansã: a orixá dos ventos

É no orixá que encontramos a mais pura manifestação da natureza, seu culto é vasto chegando a mais de 200 divindades, no Brasil este culto é reduzido, mas temos aqui a devoção aos mais lindos orixás, entre os mais reverenciados está Exu, Ogum, Iemanjá, Oxum e Iansã, cada um com sua essência e características, saudação, oferendas, rezos e reverenciados num período específico do ano. Neste mês de dezembro celebramos uma das mais lindas guerreiras iorubá, Iansã, uma das divindades mais adoradas no culto afro. 

Iansã representa a mulher guerreira, a senhora da luta e da conquista pela batalha. É ela quem auxilia na briga diária pela vida, quem nos fortalece diante do medo de seguir em frente. 

Essa divindade nos traz emponderamento, garra e afasta os eguns (espíritos negativos) do nosso caminho, pois a calunga grande (cemitério) é um dos seus domínios. Iansã é a senhora das conquistas e dos caminhos abertos, a mãe que cuida, mas que também cobra, destemida, ensina a lição do amor-próprio e da força necessária para a conquista. Iansã a Orixá regente dos ventos e das tempestades, mãe do fogo e da centelha da vida, a guia dos espíritos dos mortos ao Órum (céu).

Seus filhos são fortes e teimosos, são valentes e ousados, possuem a força de vontade no olhar, são diretos e objetivos e possuem a fama de brigões. São ótimos líderes diante da batalha da vida.

Características

Iansã é definida como uma linda mulher negra, com traços fortes e de corpo torneado, sua pele lembra a cor do barro vermelho, de cabelos curtos Iansã carrega em sua mão direita o alfange adaga) e na esquerda o Eruexim (rabo de cavalo) onde usa para afastar os mais espíritos e ajudar a transição do nosso mundo ao mundo dos mortos, é protetora dos búfalos e borboletas. Sua vestimenta é vermelha e branca, suas cores e ferramentas podem mudar dependendo da tradição. 

Dia da semana: quarta-feira. 

Cor: vermelho, branco e rosa. 

Saudação: Eparey Oyá mesan orun Oyá ô (Eu saúdo a deusa dos nove orun/céus)

Vela: vermelha, branca e rosa.

Oferenda: Acarajé, abará e acaçá (um bolinho feito de milho branco, mel, leite ou água) também a manga.

Bebida: Champanhe Branca, licor de anis ou menta. 

Pedras: Quartzo rosa, jade, citrino e ágata de fogo. 

Metal: cobre. 

Sincretismo: Santa Barbara 

Homenagem: 4 de dezembro. 

Elemento: Fogo. 

Domínio: Matas, bambuzais e o cemitério.

Flores: rosas, girassol e palmas amarelas.

Lenda de Iansã

Dentro da tradição iorubá existem diversos itans (lendas) sobre Iansã, uma delas conta como se tornou a mãe da morte. Um dia, a morte levou o pai de Oyá, deixando-a muito triste, a jovem pensou em um jeito de homenagear seu pai, reuniu seus instrumentos, enrolou-os em um pano, preparou suas comidas preferidas, dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da Terra.

Na sétima noite, acompanhada dos caçadores, Oyá(Iansã) embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai, Olodumarê, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oyá e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos no caminho do Òrum. Desde então, todo aquele que morre tem seu espírito levado por Oyá. Antes, porém, deve ser homenageado por seus entes queridos, numa festa com comidas, cantos e danças. Nasceu assim o funerário ritual do Axexê(rito de morte).

Banho para se conectar com a energia de Iansã 

Numa quarta-feira, acenda uma vela palito vermelha e reze a Iansã pedindo benção, você também pode rezar o pai nosso. Em seguida coloque 1 litro de água para ferver, após a fervura desligue o fogo e coloque as seguintes ervas secas na água: Eucalipto, alecrim e pinhão-roxo. Tampe a panela e deixe descansar por 20 minutos, após isso coe o banho e joguei do pescoço aos pés. Descarte o restante das ervas no pé de uma grande árvore ou jardim.

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