Com grande influência das religiões de matriz africana e com o sincretismo do catolicismo, kardecismo, xamanismo e o candomblé, a Umbanda surge na cidade de São Gonçalo, no subúrbio do Rio de Janeiro em 1908 através da incorporação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através do médium Zélio Fernandino de Moraes.
Dia da Umbanda e o marco inicial no Brasil
Esse evento foi o marco inicial da religião e, deste momento em diante, a Umbanda começa a criar forma. Existem relatos de que já existia a manifestação de entidades, porém, nada tão claro e objetivo como os fundamentos de Zélio. Os terreiros de Umbanda são sagrados e possuem um congá (altar) onde a imagem de santos católicos, orixás e entidades são reverenciados – um local de pura conexão onde as giras (rituais) são celebradas para a manifestação de entidades espirituais.
Rituais da Umbanda
Entre estes rituais, está o banho de ervas, a defumação e a benção com a pemba (pó de giz branco consagrado com a erva pertencente a cada orixá). Além disso, os desenvolvimentos são constantes para o aperfeiçoamento da manifestação espiritual e o aprimoramento mediúnico.
Outras tradições surgem
Com o passar do tempo a Umbanda foi se espalhando por vários estados e recebendo muitos adeptos e, com essa propagação, novos rituais foram incluídos, de forma que todas as práticas são aperfeiçoadas por diferentes guias espirituais, dando espaço para novas tradições como; a Umbanda Esotérica, Magia Divina, Caboclo, Mista, entre outras. Seus rituais incluem pontos cantados para invocar as entidades espirituais, danças para auxiliar na preparação do corpo para o transe e para homenagear as entidades, oferendas para aumentar a conexão com os orixás, também para pedir ou agradecer uma benção recebida, além do amaci (banho com ervas sagradas) para dar fortalecimento ao Ori (cabeça) do médium.
Pilar de paz e amor
A Umbanda possui seu próprio hino, entoado na abertura de todas as giras para louvar e agradecer a Deus pelo início de mais um ritual. A canção foi composta por João Bittencourt em 1961 e é chamada de “Refletiu a luz divina”. O principal pilar da Umbanda é o acreditar em Zambi (Deus) acima de todas as coisas, praticar a caridade, ajudar com amor e dar orientação com as diversas entidades espirituais. Caboclos, Pretos Velhos, Marinheiros, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Exu e Pombagira são as entidades mais conhecidas, mas também temos a linha dos Ciganos, Malandros e mestres, todas com a única função de aconselhar e praticar o bem.
Culto e crença
É importante ressaltar que a Umbanda possui influências sincréticas e não possui tradicionalmente a incorporação das divindades africanas – os Orixás. O candomblé sim possui um culto mais tradicional a essas entidades. Sendo assim, o dia 15 de Novembro é considerado pelos adeptos como a data do surgimento da Umbanda e foi oficializado no Brasil em 18 de Maio de 2012. Por isso, hoje venho homenagear esta linda religião que a cada dia ganha mais espaço e o coração de milhões de adeptos.
Luta contra Intolerância Religiosa
Desde o início, a Umbanda tem como foco acabar com a intolerância religiosa que, infelizmente, cresce mais a cada dia. Desde a Era cristã até a Idade Média, milhares de pessoas foram mortas por seguirem caminhos espirituais divergentes do padrão social da época e por mais que muitos anos já tenham passado a prática da intolerância continua viva. Um grande exemplo é a destruição de locais de culto, a profanação de imagens e símbolos religiosos, a recusa de prestação de serviços nos locais de culto e o ataque a adeptos. Infelizmente, grande parte da intolerância acontece dentro de casa, por isso a importância de lutar pela causa, de desmistificar essa religião que a cada dia traz a cura ao corpo e ao espírito de tantas pessoas.
Umbanda é paz, é amor. Por isso, que possamos celebrar mais um ano de luta, conquista e muita caridade. Salve a Umbanda, salve as entidades e que Zambi abençoe a todos. Saravá!
