Você é daquelas pessoas que apesar de fazer tudo certo, percebe que a vida está toda errada? Acha muito bonito o ideal altruísta de ajudar os outros e servir ao próximo, mas, quando esse próximo é você mesmo tem dificuldade em aceitar receber ajuda?
Pois é. Talvez você esteja sofrendo de autoabandono. E, chega a ser difícil perceber, pois é bem provável que nem se lembre como é olhar para si mesma, acolher suas necessidades, sentir prazer e descansar.
Entenda melhor o que pode ser o autoabandono
Esforçada
Uma característica comum de quem se encontra em um quadro de autoabandono é o fato de ser uma pessoa muito dedicada, sempre procurando fazer o melhor e empregando muita energia para que as coisas deem certo.
Ela realmente não mede esforços, a ponto de não respeitar os próprios limites. Acontece que, a longo prazo, o destino é um esgotamento físico ou mental.
Do bem
Também procura ser uma pessoa boa, no sentido de tentar se melhorar a cada dia, fazendo reflexões sobre seus pensamentos, atitudes e opiniões.
Só que quem está se autoabandonando tende a pegar pesado nessa análise e, não raro, cai na armadilha do julgamento e da cobrança excessiva sobre si mesma.
Consequentemente, é provável que se sinta culpada e se coloque em situações desagradáveis, como uma maneira de se punir.
Ajuda os outros
É comum que essas pessoas também tenham o desejo de contribuir para melhorar as condições daqueles que estão ao seu redor e queiram se envolver na resolução dos problemas do mundo.
A questão é que esse engajamento no mundo externo pode estar encobrindo carências e necessidades íntimas, que acabam ficando de lado e até esquecidas diante da urgência dos outros assuntos.
Esquece do principal
Dessa forma, a aura de benevolência e bom-caratismo está disfarçando o abandono de si mesmo.
Entenda: não há problema nenhum e é até desejável a atenção para com o outro e com o mundo. Mas, aqui, estamos discorrendo sobre as características das pessoas que não são capazes de fazer tudo isso por elas mesmas.
E, não é novidade que é impossível oferecer o que não se tem. Se não tenho a vibração de cuidado e respeito por mim, como posso querer oferecer isso ao próximo ou querer que as coisas deem certo?
Esse fato de não priorizar as próprias demandas, deixando de lado o que é principal, pode estar escondendo alguns pontos do inconsciente dignos de atenção, como:
– não se ver como merecedora de receber cuidado e benefícios,
– condenar o prazer,
– esperar por alguém que virá “salvá-la”,
– estar iludida de que um dia o seu momento de paz irá chegar.
Descaso consigo
Imagine uma criança pequena que precisa de um responsável para suprir suas necessidades. Agora imagine essa criança deixada sozinha no meio da rua, esperando alguém vir auxiliá-la e essa pessoa nunca chegar.
A criança começa a ficar angustiada, a chorar e espernear, mas nada muda. Ela, então, tem que “se virar” e vai crescendo. Mas, as marcas daquela dor ficarão registradas nela para sempre.
Essa ideia é impactante, não é mesmo? Mas quem se autoabandona está fazendo isso consigo mesmo, deixando suas necessidades largadas e desamparadas, criando marcas profundas em seu ser.
Sua parte
No universo, as regras e leis da natureza, o funcionamento do seu corpo e a perfeição da vida já estão prontos.
O que está em aberto é o trabalho que cabe a cada um de nós desempenhar. É função de cada um e de todos buscar ser feliz.
E, com certeza, se autoabandonar não faz parte dessa felicidade. Pelo contrário, é justamente procurar viver a vida da melhor maneira possível, atendendo o que pede o coração, cuidando de você para ter o que oferecer aos outros, que trará dias mais satisfatórios e plenos.
Resgate você
Se identificou? Dê o primeiro passo para resgatar você mesmo desse padrão de autoabandono no qual se encontra. Um terapeuta pode auxiliar trazendo lucidez sobre sua questão, além de trabalhar no desfazimento de massas e bloqueios energéticos e espirituais envolvidos em seu processo.
Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), terapeuta energética-espiritual, humanoterapeuta master, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico
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