Apesar de não haver nenhuma novidade na ideia de que errar faz parte da natureza humana, parece que não sabemos muito bem como lidar com os erros, não é verdade? Ao cometer uma falta, há quem fique arrasado, se culpando pelo fato por um longo período de tempo, pensando no que poderia ter feito de diferente, ou ainda desesperado, seja procurando justificativas ou tentando corrigir os impactos do seu erro.
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Em uma visão espiritualista, o papel do ser humano na Terra é expandir sua consciência, vivendo experiências variadas e extraindo delas todo tipo de aprendizado. Logo, errar faz parte do jogo, é um processo natural e muito importante nessa dinâmica.
Riqueza de oportunidades
Uma atitude ou acontecimento avaliado como errados são, na realidade, grandes oportunidades para o desenvolvimento de cada um de nós.
Vale destacar que a ideia aqui não é promover equívocos ou a displicência no dia a dia, mas propor uma mudança de postura perante esses acontecimentos, que migra a pessoa de uma posição de sofrimento e indignação para uma situação de empoderamento da própria vida.
Sendo assim, quando você errar ou alguém errar com você, sair do “aconteceu isso comigo por quê?” e ir para o “aconteceu isso comigo para quê?” proporciona uma abertura para identificar o que pode ser aprendido naquele contexto.
Partindo-se do pressuposto de que tudo é por sintonia e que o ambiente, as pessoas e os acontecimentos ao nosso redor reflexos na nossa própria vibração, também é possível avaliar essas situações como uma ferramenta de autoconhecimento, por meio de questionamentos como: “por que estou atraindo isso?” ou “o que tem em mim que permite que isso aconteça?”
Sabedoria para encarar
Em um nível ainda mais profundo, é proveitoso analisar os aprendizados que a situação está exigindo a partir de diferentes perspectivas e buscar entender qual dentre todas elas está mais relacionada a sua etapa de desenvolvimento naquele momento.
Por exemplo, ao cometer um erro, perceba como você se sente e o impulso de reação que toma conta de você. Olhe para dentro com carinho e sinta: talvez seja o momento de descobrir um modo de fazer sem errar ou de buscar uma forma de corrigir ou refazer. Pode ser também a fase ideal da sua vida para ser mais humilde e conseguir pedir desculpas ou ainda aprender a não se culpar e autopunir, apesar do que aconteceu.
Autojulgamento
O grande vilão de todo esse processo é o autojulgamento. A observação e análise de si mesmo e de todo o contexto é muito importante para conseguir crescer e expandir a própria consciência.
Mas, ficar se criticando e se condenando é uma grande armadilha. É uma forma de autossabotagem, pois rouba a própria energia e tira o foco do que é realmente importante.
Você já pensou que o tempo e a energia mental gastos para pensar e falar mal de si mesmo e se “chicotear” poderiam ser empregados para se conhecer melhor e identificar as oportunidades de desenvolvimento?
E tem ainda mais um ponto que demonstra que o autojulgamento não faz sentido: existe uma sabedoria que rege o Universo. Às vezes o que você entende como um erro é um acerto para essa grande engrenagem perfeita, só que você ainda não consegue perceber isso, seja porque não confia, não está presente ou porque ainda é necessário um tempo para tudo se encaixar.
Está pesado?
Notou que essa questão do autojulgamento está puxada ou que não está conseguindo sair da lógica do se criticar para o patamar de identificar as oportunidades e se apropriar delas?
Essa pode ser a hora de buscar o trabalho de um terapeuta, assim terá o acompanhamento profissional para identificar o que está atrapalhando esse processo e conseguir fazer as mudanças necessárias rumo a uma vida mais plena e feliz.
Texto: Bia Albuquerque (@biaaterapeuta), humanoterapeuta, psicanalista espiritualista, facilitadora do Círculo da Vida e ledora de baralho terapêutico
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