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Jornada de Autoconhecimento: é possível ter mais bem-estar em meio ao caos?

Jonas Masetti, Acharya e Fundador do Vishva Vidya, contou sobre sua trajetória em busca de mais autoconhecimento e propósito

parede violeta com vários post its colados com carinhas aflitas e um post it no topo com carinha feliz desenhada
Entrevista com Jonas Masetti - Foto: Shutterstock

O Vedanta, conhecimento milenar indiano, explica sobre como podemos ter esse novo olhar diante da vida. Jonas Masetti, Acharya e Fundador do Vishva Vidya, realizou o Festival de Cultura Indiana, que aconteceu em São Paulo, de 1 a 7 de abril. A programação era gratuita, no Shopping Trimais Places,  e contou com centenas de visitantes. Em entrevista para a nossa coluna, Jonas contou como saiu do mercado financeiro e trilhou a jornada do Vedanta e do autoconhecimento, sendo hoje o Embaixador da Tradição Védica nas Américas.

Jonas, muito obrigada pelo seu tempo e sua disposição em compartilhar sua jornada. Pode começar nos contando como o Vedanta surgiu na sua vida? Você já tinha ouvido falar?

Montei uma empresa, fui trabalhar no mercado financeiro. A gente foi de zero funcionário a 100 pessoas em poucos anos. Tínhamos sucesso, reconhecimento, que a princípio era para ser suficiente. E a gente falava: Poxa, quanto custou a vida. Mas a verdade é que eu não estava bem. Eu tive diversas sequelas desse processo todo que eu vivi, muita ansiedade. Um desequilíbrio de vida que eu mesmo não percebi. E olhando para as pessoas com quem eu trabalhava, os grandes diretores, gerentes, sócios, essas empresas imensas, eu via que eles também não eram pessoas equilibradas. O que eu fiz de verdade foi parar o momento e fazer uma oração na minha casa, pedindo se tivesse uma resposta que fosse enviada uma ajuda, que esse era o momento importante, e fiz isso de coração. No dia seguinte, eu acordei com a vontade de praticar yoga. Nunca tinha visto yoga na minha vida.

E você foi para a Índia em que momento? Foi logo que você começou a estudar?

Não. Eu estudei Yoga e Vedanta por 7 anos antes de ir para a Índia, conciliando com o meu trabalho da época. Eu usava essas ferramentas para me equilibrar. Depois de uns três, quatro anos, eu fui primeiro nos Estados Unidos para conhecer o mestre, que era o mestre do meu mestre, Swami Dayananda. E aí eu fiquei sabendo da existência desse curso na Índia, de longa duração. Eu parei um ano no Brasil para estudar sânscrito, porque o meu curso não é em inglês, é em sânscrito. Passei 4 anos e meio na Índia, mas não vivendo em hotel, mas sim na Floresta, uma vida simples, aprofundando o conhecimento.

Como podemos trazer bem-estar e autoconhecimento para nossa vida de maneira simplificada, mesmo diante de uma rotina caótica?

A primeira é uma boa prática de respiração. Existem práticas de respiração que levam de dois a cinco minutos. É cientificamente comprovado como é uma coisa que derruba o estresse, modifica a fisiologia, cria novos hábitos. Então, a respiração é o primeiro elemento. 

O segundo elemento é a meditação. Meditação, você desliga do mundo exterior, você literalmente entra em estado alterado de consciência, para isso você tem que ter uma técnica. Isso é o que é raro da gente ter aqui no Brasil. O alcance do nosso trabalho no Brasil foi reconhecido pelo primeiro ministro da Índia porque a gente colocou 150 mil pessoas para meditar.

E a terceira coisa é o Vedanta, que apesar de ser uma prática ancestral muito poderosa, se disfarça como uma simples palestra ou discurso de coach, mas não é. O Vedanta, quando você dá uma pílula para a pessoa de cinco minutos, dez minutos, você provoca uma mudança tremenda dentro da forma como a pessoa pensa. 

Essas são três coisas que uma pessoa que deseja o autoconhecimento, quando ela recebe, sente que está fazendo alguma coisa. Só que o timing de cada na busca de autoconhecimento é diferente. Para alguns, isso é suficiente para a vida toda. Para outros, a pessoa quer mais. Ela vai estudar numa forma regular de Vedanta, ela vai aprender técnicas mais avançadas de meditação, de respiração.

Para finalizar nossa entrevista, Jonas fala sobre o tão questionado propósito de vida e garante que temos 3 fases nessa busca. Primeira fase, a sobrevivência; segunda, a purificação, o entendimento; terceira, a busca pelo autoconhecimento. O grande propósito de estarmos aqui é se conhecer e se desenvolver, independente do ofício de cada pessoa. 

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